Foto de Lucia Castello Branco
O estético: o rosto de todos os dias. O sol renasce por entre o nevoeiro que nos cobriu hoje. O rosto do sol no prato é a iguaria da mesa. Por agora.
A luz é uma coluna de luz antiga que subiu à alta velocidade. Subindo, levou meus olhos para cima. Será que é um gato na manhã um erro, uma troca de uma coisa por outra que faz nascer a tarde noutro lugar? Quem pensa gato o que insinua nesta planície sem animais?
Anos antes, perguntando pela direção do Drama-Poesia, Maria Gabriela Llansol teria escrito:
“um dos animais que dependem de mim entrou pela porta entreaberta
e ergueu seus olhos fendidos de felídeo para os meus.
Eram verdes, subitamente,
fizeram sublinhar a noite escura
onde mal se distinguia quem viera na espessa noite, na espessa esperança
(…)
um olhar trocado com alguém que viera, como eu,
da áspera matéria do enigma
e o mundo começou,
legente, o mundo está prometido ao Drama-Poesia.”
(Llansol, Onde vais, Drama-Poesia?, p. 10).
Escute, aqui, a Partícula 26 de Os cantores de leitura, na voz de Cristina Fernandes:
Foto de Lucia Castello Branco