A árvore de Marcelo — Umbuzeiro — Foto de Marcelo Terça-Nada
Somos três e mais duas árvores do nordeste brasileiro a abraçar Hölderlin, neste momento em que a loucura invade seu corpo e “a mão já não está no braço,/os olhos no rosto,/o pé na perna,/ a cabeça no busto.”
Mas há também Joshua, que se aproxima, para alojá-lo no quarto com a janela. E, se partir, deixará no ar uma ponta de seu corpo para que ele a agarre.
Como o umbuzeiro, árvore-monumento-resistência sobre um platô, à beira da estrada, o poema resiste, em sua forma ouriço, ao despedaçamento do corpo de Hölderlin.
Leia, aqui, o texto de Marcelo Terça-Nada sobre a Árvore-monumento
Mas há também as árvores sem imponência, que oferecem seu corpo inteiro para abrigar o corpo despedaçado de Hölderlin. São árvores generosas que, como Joshua, deixam no ar uma parte de seu corpo para que ali um menino possa se agarrar e crescer. Assim dois meninos se encontram — Daniel e Pablo — , em corpo de texto e em corpo de árvore, nos quintais de suas avós.
Leia, aqui, o texto de Daniel Lisboa sobre o O pé de carambola
Enquanto isso, ao fundo da cena de alguém que segue as orientações de Giordano acerca do infinito, do universo e dos mundos, ouvem-se as perguntas: “pouca-loucura não é uma perfeita inconsciência da grande alegria sobre a terra?” “Por que hei de ter medo?”
Ouça, aqui, o episódio 9 de Hölder, de Hölderlin, que compõe a aula-poema 12:
A árvore de Pablo, no quintal de sua avó — O pé de carambola — Foto de Pablo